Objeção: A Escritura requer fé e arrependimento antes do batismo
O argumento é, sem dúvida, o seguinte: como os infantes são incapazes
de exercer tanto fé como arrependimento, eles não são sujeitos
apropriados do batismo. Mas entendamos um pouco mais o argumento e
vejamos que se trata de um sofisma. O que está na verdade implícito é o
seguinte:
A Escritura requer fé e arrependimento de adultos para o batismo; mas como os infantes não podem exercer nenhum dos dois, eles não podem ser batizados. A falácia reside no fato que a premissa é sobre adultos, mas a conclusão é sobre infantes.
Isso ficará ainda mais claro analisando uma passagem da Escritura:
“Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será
condenado” (Mt 16.16). Dessa forma temos o seguinte: a Escritura requer
fé e batismo de adultos para que sejam salvos; mas como os infantes não podem exercer essas coisas, eles serão condenados.
Novamente: “Se alguém não quer trabalhar, também não coma” (2Ts 3.10). Dessa forma temos o seguinte: a Escritura requer que os adultos trabalhem para que possam comer; mas como os infantes não podem trabalhar, eles não podem comer!
O sofisma, um argumento capcioso mas falacioso, sem dúvida ficou
claro agora. Não cremos que todos os infantes estão condenados, nem
cremos que eles não devam comer. O equívoco deriva-se simplesmente de
aplicar aos infantes o que foi destinado aos adultos ― e claramente
então esse argumento sobre o batismo cai por terra também.
Fonte: Michael Kimmitt, Baptism: Meaning, Mode and Subjects, p. 44-45.
Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto ― janeiro/2012.
Extraído de www.monergismo.com
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