Por Rev. Hernandes Dias Lopes
O
Natal é uma festa cristã e não pagã. Há uma onda entre alguns cristãos,
na atualidade, taxando aqueles que comemoram o Natal de serem infiéis e
heterodoxos, dizendo que essa comemoração não é legítima nem cristã.
Precisamos, a bem da verdade, pontuar algumas coisas:
1. A distorção do Natal. Ao longo dos anos o Natal
tem sido desfigurado com algumas inovações estranhas às Escrituras.
Vejamos: Primeiro, o Papai-Noel. O bojudo velhinho Papai-Noel, garoto
propaganda do comércio guloso, tem sido o grande personagem do Natal
secularizado, trazendo a ideia de que Natal é comércio e consumismo.
Natal, porém, não é presente do homem para o homem, é presente de Deus
para o homem. Natal não é a festa do consumismo; é a festa da graça.
Natal não é festa terrena; é festa celestial. Natal é a festa da
salvação. Segundo, os símbolos do Natal secularizado. Há muitos
símbolos que foram sendo agregados ao Natal, que nada tem a ver com
ele, como o presépio, a árvore natalina, as luzes, os trenós, a troca
de presentes. Essa embalagem, embora, tão atraente, esconde em vez de
revelar o verdadeiro Natal. Encantar-se com a embalagem e dispensar o
conteúdo que ela pretende apresentar é um lamentável equívoco.
Terceiro, os banquetes gastronômicos e a troca de presentes não
expressam o sentido do Natal. Embora, nada haja de errado celebrarmos
com a família e amigos, degustando as iguarias deliciosas provindas do
próprio Deus e manifestarmos alegria e expressarmos amor na doação ou
mesmo troca de presentes, esse não é o cerne do Natal. Longe de lançar
luz sobre o seu sentido, cobre-o com um véu.
2. A proibição do Natal. Tão grave quando a
distorção do Natal é a proibição da celebração do Natal. Na igreja
primitiva a festa do ágape, realizada como prelúdio da santa ceia foi
distorcida. A igreja não deixou de celebrar a ceia por causa dessa
distorção. Ao contrário, aboliu a distorção e continuou com a ceia. Não
podemos jogar a criança fora com a água da bacia. Não podemos
considerar o Natal, o nascimento do Salvador, celebrado com entusiasmo
tanto pelos anjos como pelos homens, uma festa pagã. Pagão são os
acréscimos feitos pelos homens, não o Natal de Jesus. Não celebramos os
acréscimos, celebramos Jesus! Não celebramos o Papai-Noel, celebramos o
Filho de Deus. Não celebramos a árvore enfeitada, celebramos o Verbo
que se fez carne. Não celebramos os banquetes gastronômicos, celebramos
o banquete da graça. Não celebramos a troca de presentes, celebramos
Jesus, a dádiva suprema de Deus.
3. A celebração do Natal. O Natal de Jesus Cristo
foi celebrado com grande entusiasmo em Belém. O anjo de Deus apareceu
aos pastores e disse-lhes: “Não temais, eis que vos trago boa nova de
grande alegria, que será para todo o povo: é que hoje vos nasceu, na
cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lc 2.11). Natal é
a boa nova do nascimento de Jesus. É o cumprimento de um plano traçado
na eternidade. É a consumação da mensagem dos profetas. É a realização
da expectativa do povo de Deus. Natal é a encarnação do Verbo de Deus.
É Deus vestindo pele humana. Natal é Deus se fazendo homem e o eterno
entrando no tempo. Natal é Jesus sendo apresentado como o Salvador do
mundo, o Messias prometido, o Senhor soberano do universo. Quando essa
mensagem foi proclamada, os céus se cobriram de anjos, que cantaram:
“Glórias a Deus nas maiores alturas e paz na terra entre os homens, a
quem ele quer bem” (Lc 2.14). O verdadeiro Natal traz glória a Deus no
céu e paz na terra entre os homens. Natal é boa nova de grande alegria
para todo o povo. O verdadeiro Natal foi celebrado com efusiva alegria
no céu e na terra. Portanto, prossigamos em celebrar o nascimento do
nosso glorioso Salvador!
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